projecto 04 - t-shirt contra o racismo - final

T-shirt preta em que, na parte da frente, estará cosida uma parte do molde frontal de uma t-shirt branca, recortada com gola em V e uma seta a focalizar o motivo central, um símbolo IGUAL com um traço preto e um traço branco. A mensagem TWO TRACES, NO RACES vem manifestar uma atitude anti-racista com uma rima sóbria e simples, mas que diz tudo. Todas as raças são iguais, logo não existe divisão entre elas.

projecto 04 - t-shirt contra o racismo - esboço 2

projecto 04 - t-shirt contra o racismo - esboço 1

O SÍMBOLO IGUAL é outra das soluções possíveis. Torna-se óbvia a intenção da sua utilização no tema do racismo, em que a desigualdade e a discriminação são palavras-chave. A igualdade é, portanto, o motivo central deste design. Parti do símbolo em si, com uma das barras a branco e outra a negro. Inspira-se também no yin yang, mas com uma abordagem talvez mais universal e mais directa. Um yin yang matemático, entenda-se.
Fui dissecando esta ideia, tendo primeiro elaborado uma composição tipográfica que no seu todo constituísse o símbolo. A organização das palavras e os diferentes tipos de letra foram decididos tendo em vista não só um equilíbrio estético mas fundamentalmente o aspecto formal final.
A mensagem IF MATHS ARE OUR NATURE… WHY CAN’T WE BE EQUALS? vem relacionar implicitamente o carácter matemático do símbolo e o contraste com a desigualdade que se vive. Se a natureza e a matemática se equacionam, lado a lado, porque não havemos nós de o fazer também? Afinal, a nossa natureza é única e exclusivamente a humana, única e igualitária.

Apresentei várias possibilidades para esta solução. Inscrevi a tipografia num círculo preto, tentando avaliar se o contraste criaria mais impacto, se o negro daria mais realce à tipografia e se o círculo acentuaria o carácter rectangular do símbolo. Adicionei também cor ao círculo, a fim de tornar o design mais atractivo e conseguir colocar uma”barra” a negro e outra a branco, em igual destaque (talvez dando mais destaque à questão fulcral).

projecto 03

Voltamos aos ícones de casa de banho, só que desta vez com a condição de não recorrer à figura humana. Decerto bastante mais experiente em matéria de w.c., comecei por procurar novamente distinções entre homem e mulher. Surgiu-me logo a ideia dos pêlos. Embora já uma concepção bastante ultrapassada para os nossos dias, decidi jogar principalmente com as texturas que os dois sexos podem inspirar. A mulher mais suave e aveludada, o homem mais áspero e "selvagem". Recortei portanto dois quadrados de tecidos diferentes e colei-os na base de k-line, avolumando-os com algodão por baixo e emoldurando-os com tiras de balsa, de modo a delinear o quadrado. Torna-se irresistível tocar nos tecidos. Embora pouco higiénica, é engraçada a ideia de uma pessoa daltónica descobrir a sua casa de banho através do toque, ou até mesmo se já souber qual é e se quiser, quem sabe, secar melhor as mãos (!!).

projecto 02 - w.c. gelataria

Na segunda parte do projecto, tínhamos também que criar ícones para um espaço imaginado por nós. Como se pode verificar, escolhi uma gelataria, situada num autocarro londrino de dois andares e decorada ao estilo pop-art. A minha primeira ideia foi a de criar as silhuetas do homem, da mulher e do deficiente modelando a silhueta de um gelado. Assim, mantendo a forma superior das três bolas do gelado para os três ícones, formando uma cabeça e membros superiores estilizados, usei o cone para o homem, uma taça para a mulher, evidenciando as curvas desta, e um copo com um prato para o deficiente, representando parte do tronco deste apoiado sobre uma das barras que o suportam na casa de banho. Contudo, aquando da apresentação preliminar, esta solução foi facilmente confundida com a de um casino, pelo que decidi, novamente, alterar por completo o projecto.

Tentei abstrair-me da figura humana, e pensei: quais serão os possíveis comportamentos do homem, da mulher e do deficiente ao comer um gelado? Foi então que me surgiu a ideia final. Durante um minuto (assinalado em baixo de cada ícone na primeira versão, mas depois retirado; verifiquei que tal determinação era obsoleta para a compreensão do ícone), o homem já teria comido o gelado todo, deixando apenas o cone; a mulher, sendo mais contida, deixaria o gelado quase intocável; o deficiente deixaria o gelado cair ao chão. Apesar de este último comportamento, levado para um teor mais cómico, poder ferir certas susceptibilidades, foi-nos sugerido, na apresentação desta parte do projecto, sermos ousados. Ora, decidi por-me à prova, e tal como acontece muito hoje em dia, humor com humor se paga.

projecto 02 - w.c universal

Gostei particularmente deste desafio. Criar uma família de ícones de casa de banho ao mesmo tempo coerente, inovadora, simples, universal e bem visível a qualquer distância, pode constituir uma verdadeira dor de cabeça. Foi por isso que preenchi folhas inteiras de esboços, na esperança de encontrar alguma ideia que me agradasse. Fiz uma primeira selecção das famílias de ícones que poderiam resultar, desenhando-as de forma mais organizada. Achei mais graça a uma delas, elaborando um esquema preliminar e apresentando-o como uma das soluções possíveis. Pretendi que se visse, quer para o homem quer para a mulher, uma espécie de linha oblíqua que sugerisse parte da silhueta de ambos, aproveitando o resultado e adaptando-o para o perfil do deficiente. Constatei, na apresentação, que não transmitira adequadamente a minha intenção, pelo que optei por criar outra solução completamente diferente. Na minha concepção, se uma ideia não resulta, não vale a pena remendá-la, prefiro mudá-la drasticamente.

Foi assim que surgiu a ideia final. Pensava com a caneta e apareceu-me na mente o jogo do tetris. Começei a organizar três elementos de modo a que servissem os três ícones, e o resultado entusiasmou-me. Era exactamente aquilo que queria. O homem com braços, fazendo lembrar um casaco comprido. A mulher com a baínha da saia. E o deficiente sentado. Creio que cumpri as exigências do desafio.

projecto 01

O objectivo deste projecto era auto-caracterizar-nos através de uma composição em A3, bidi ou tridimensional. Foi difícil para mim descobrir algo que me identificasse imediatamente, que me tornasse diferente dos outros à partida.

Comecei por averiguar características físicas. Pensei que talvez os meus olhos me definissem, já outrora mos tinham apontado como uma característica minha, de certa forma, marcante. Tentei relacionar essa minha característica física com uma psicológica, um gosto ou um interesse que me fosse próprio, a música. Toco viola d'arco, e o instrumento pareceu-me um bom ponto de partida. Acabei por abandonar os meus olhos e concentrei-me numa das minhas grandes paixões, a música. Transformei as letras do meu nome em figuras musicais (inspirei-me para essa ideia no facto de a clave de sol ter sido, na realidade, um "G", porque a nota sol é, na simbologia musical, a letra G) e coloquei-as num suporte tridimensional, uma "parte" de um instrumento de cordas que sugerisse o meu. Na verdade, só alguns contrabaixos possuem 5 cordas, mas eu pretendia que as "cordas" da minha estrutura representassem quer a escala de um instrumento, quer a pauta musical, de modo a que as figuras se inserissem naturalmente.

Para o fundo, recortei várias partituras que fotocopiara, colei-as de forma aleatória e "patinei-as" num dourado suave, de modo a que o fundo não desviasse a atenção dos restantes elementos da composição. A minha intenção era mostrar uma essência minha bastante musical e romântica. Contudo, considero-me também actual e com um espírito moderno, pelo que introduzi o CD como elemento contrastante, quase como uma ruptura. Assim sendo, transmiti não só a minha grande paixão, como a grande dualidade que me define.